Por Daniela Martins.
Nos discursos do 5º Congresso
do PT, faltaram autocríticas do ex-presidente Lula e da presidente Dilma
Rousseff em relação aos seus próprios erros. É fato que o PT aplicou políticas
públicas voltadas para os mais pobres e modernizou os mecanismos de combate à
corrupção, mas enfrenta hoje uma crise política e econômica que cavou com as
próprias mãos.
Houve algo em comum nos
discursos de Lula e Dilma na abertura do encontro petista em Salvador ontem à
noite: a ideia de que a melhor defesa é o ataque.
Lula falou num tom mais duro,
no qual se queixou das previsões de jornalistas de que o PT estaria morto ou
viria a morrer, atacou com força a imprensa e fez uma defesa de Dilma,
amenizando o clima hostil à política econômica. O ex-presidente mostrou
disposição de fazer a disputa política imediata e sinalizou possibilidade de
concorrer novamente ao Palácio do Planalto. Se for candidato, Lula será um nome
fortíssimo.
Dilma fez um discurso em que
basicamente pedia uma trégua ao PT em relação à política econômica. Afirmou que
o ajuste fiscal seria uma medida tática e que o país voltaria a crescer. Disse
que está tomando medidas para fortalecer o equilíbrio fiscal e o combate à
inflação, justamente duas áreas que tratou com frouxidão no primeiro mandato.
Os dois discursos devem ser
entendidos como uma forma de mobilizar a militância em uma hora de crise. Para
o grande público, funcionam como tentativa de vender uma campanha de
perseguição ao PT e ao governo.
É fato que a imprensa também
erra e não é imune a críticas. O mesmo vale para a oposição. No entanto, convém
lembrar que os problemas na economia e a corrupção na Operação Lava Jato não
foram criação da imprensa nem da oposição.
Obviamente, o PT não vai
morrer. Mesmo que perca a eleição presidencial em 2018, não significa que
deixará de ser uma força política importante no país.
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