Envoltos pelas cores chamativas do verde e do amarelo, os brasileiros são levados a torcer, gritar, sonhar e até mesmo chorar por um sonho, uma conquista . Envolvidos neste sonho mágico, na alegria iminente, como remédio e superação de todos os problemas, fossem eles pessoais, profissionais, e porque não, sociais, um patriotismo tomou conta, contagia desde os mais jovens, até os mais velhos, envolvidos no que a mídia designou “paixão nacional”.
Isso tudo tem relação direta com o jogo da Copa do Mundo, porém, é perfeitamente aplicável na nossa vida social, na vida pública brasileira, claro que com algumas ressalvas que passo a considerá-las. Em campo, somos representados pelos "melhores profissionais" da atualidade, e com certa pretensão, de todos os tempos. Tanto que um certo locutor chegar a dizer, sem falsa modéstia, que se trata de uma grande seleção de craques com os jogadores reservas, de dar inveja a qualquer outro país.
Não é pra menos, temos em campo os melhores do mundo, os pentacampeões. Por outro lado, na vida pública, na direção de nosso país, não podemos dizer o mesmo, temos uma seleção, que não pode ser considerada, “de craques” e que está, na verdade, muito aquém desta consideração, pois não representam um modelo de comportamento, de retidão, de compromisso, entretanto, como os jogadores, representam de certa maneira, nossos anseios, nossos ideais, nossos sonhos.
Dentro disso, um traço de semelhança é possível ser esboçado. A mesma apatia e ausência de compromisso, respeito e garra, que se pôde observar no primeiro jogo de futebol da seleção, parece ser o mesmo na vida política brasileira. Falta garra, falta luta, falta respeito, falta comprometimento.
Coincidência sobre o futebol e na vida política, onde somente de quatro em quatro anos podemos torcer, sonhar, participar, mudar e transformar, porém, nos contentamos unicamente com o primeiro verbo (torcer), renovando as esperanças de um futuro melhor, torcendo para que a seleção vença, para que o país melhore, para que a nossa vida se transforme. Deixamos, no entanto, de nos preocupar com o que há de mais importante, inebriados pela “paixão nacional” nos esquecemos do dever de casa, da cobrança necessária para a concretização dos direitos elementares, que nos conduzem à verdadeira cidadania, não nos preocupamos com nossos representantes. Simplesmente por uma obrigação, cumprimos um dever democrático, quando na verdade seria imperativo travar o debate político e social, para só depois de traçadas as linhas gestoras de uma boa política pública, aí sim, pudéssemos nos entregar àquela paixão.
Assim agindo, estaríamos fazendo a lição de casa, para depois seguir à diversão. Já é chegado o momento de despertar para nossa responsabilidade, afinal, já não somos mais isentos de desta responsabilidade, já não nos é dado o direito de errar e aprender com os erros, já erramos muito no passado e o tempo não perdoa a desídia, não tolera estes deslizes. É tempo de cultivar a nossa democracia, de debater os rumos que devemos seguir. É tempo de transformar os rumos na vida política nacional, estadual e municipal. É preciso resgatar o orgulho de ser brasileiro, cultivando antes, o amor à pátria, através de uma atuação consciente na vida política e democrática (com voto e com efetiva participação) e não somente a “paixão” pelo futebol.
Olá professor, é muito bom postar um comentario no seu blog, pelo visto um dos mais acessado da região, postei o link do seu blog no meu, quem sabe assim o meu se torna conhecido também, um forte abraço e muito sucesso garoto.
ResponderExcluirimpactante.zip.net
novinho mas causa impacto.