Quem é mais conhecido
no Brasil de hoje: o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ou
Joaquim Silvério dos Reis, personagens principais da Inconfidência Mineira?
Em Pernambuco, quem é
mais lembrado por seus feitos durante as batalhas contra os invasores
holandeses nos anos 1630: Domingos Fernandes Calabar ou Matias de Albuquerque?
A quem é atribuída
maior importância para Roma: Júlio César ou Brutus? Foi Stalin que rompeu com
os ideais revolucionários ou Trotski que errou ao se opor ao líder do partido?
Mártires e traidores
caminham juntos na escrita da História.
No âmbito da
literatura, a traição política evidencia-se nas tragédias de William
Shakespeare (1564-1616), não apenas em Júlio César, datada de 1599, mas também
na tríade Hamlet, Macbeth e Rei Lear, escritas entre 1599 e 1607. Em Iracema, de José de Alencar. Ela deixa a
sua tribo, trai o pai e o irmão, casa-se com um soldado português e tem um
filho chamado Moacir, cujo nome quer dizer ‘filho da minha dor’. Ela é a nossa
Malinche, a permitir a fundação da nação brasileira a partir de uma traição de
natureza política.
Em linhas gerais Traidores e heróis se confundem nas duas faces da fundação política. De fato a política ama a traição e odeia o traidor.
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