O perigo do inimigo (absoluto) para a democracia.
Carl Schmitt, jurista alemão que pertenceu ao partido
nazista, argumentou que a distinção entre o amigo e o inimigo é a fundação
última da ordem política. De acordo com ele, a construção de um inimigo total
ou absoluto legitima a formação de um Estado total, cuja totalidade só pode ser
idealizada e concretamente assegurada por meio da eliminação da diferença, da
diversidade e das minorias.
O tratamento de alguns atores
políticos como inimigo (absoluto) a ser temido e destruído representa hoje uma
ameaça à democracia em nosso país. De um lado, ele torna homogêneos atores e
movimentos sociais que são diversos, e que têm projetos distintos para
diferentes problemas brasileiros, do racismo à crise econômica. De outro lado,
ele favorece idealizações de maiorias e identidades nacionais que, ameaçando
minorias e diferenças ao desaparecimento, minam as condições de possibilidade
do jogo democrático.
E lembremos que, os “inimigos”,
contribuem para a construção de uma forma de inimizade absoluta que abre
caminho para formas fascistas de organização social e política e para práticas
violentas que colocam em xeque a democracia.
(Parte do texto retirado de política.estadao.com.br)
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