O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, disse que vai deixar o cargo com a convicção de que
militou na defesa dos compromissos constitucionais. Janot participou da última
sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) como representante do Ministério
Público Federal (MPF) na Corte. A partir da segunda-feira (18), ele será
sucedido pela nova procuradora, Raquel Dodge, após dois biênios no cargo.
A despedida de Janot ocorreu
minutos após a procuradoria apresentar denúncia contra o presidente Michel
Temer e integrantes do PMDB. "Entrego o cargo no próximo dia 17 com a
convicção serena que militei até o último instante na defesa dos compromissos
constitucionais assumidos há mais de 30 anos", disse o procurador. Após
deixar o cargo, Janot continuará na PGR como subprocurador da República.
Durante o discurso de despedida,
o procurador-geral também disse que foi alvo de ataques.
"Tenho sofrido nessa
jornada, que não poucas vezes pareceu inglória, toda sorte de ataques. Resigno
a meu destino porque mesmo antes de começar sabia exatamente que haveria um
custo por enfrentar esse modelo político corrupto e produtor de corrupção
cimentado por anos de impunidade e de descaso. Mas tudo isso para mim, senhores
ministros, já se encontra nos escombros do passado. Os mortos, então, deixai-os
aos seus próprios cuidados. As páginas da história hão certamente de contar com
isenção e verdade o lado que cada um escolheu para travar sua batalha pessoal
nesse processo", disse o procurador.
Ao final da sessão, a presidente
da Corte, ministra Cármen Lúcia, elogiou o trabalho de Janot na procuradoria e
disse que o Ministério Público honra o Brasil.
“Nós agradecemos o trabalho que
foi realizado, desejando muitas felicidades nessa nova etapa da vida de Vossa
Excelência. Como bem disse, honrou, como todos que têm ocupado a cadeira de
procurador-geral da República, tem honrado os trabalhos dessa tão importante
instituição para a democracia brasileira e como viemos dizendo todos nós, é da
democracia e principalmente é da República a transitoriedade dos mandatos”,
disse a ministra.
Janot será substituído por Raquel
Dodge, indicada para o cargo de procuradora-geral pelo presidente Michel Temer
a partir de eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da
República, que deu origem à lista tríplice enviada ao presidente para subsidiar
sua escolha. Em julho, ela foi aprovada pelo plenário do Senado por 74 votos a
1 e uma abstenção.
Mestre em direito pela
Universidade de Harvard e integrante do Ministério Público Federal há 30 anos,
Raquel Dodge é subprocuradora-geral da República e atuou em matéria criminal no
Superior Tribunal de Justiça.
Fonte: Agência Brasil
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