Há uma conversa de bastidor no
STF (Supremo Tribunal Federal) que sinaliza a possibilidade do seguinte destino
para Eduardo Cunha: ser afastado da presidência da Câmara, mas manter o mandato
de deputado federal pelo Rio de Janeiro.
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, fez ao STF um pedido de afastamento das duas funções
(presidência e mandato). O tribunal também apreciará uma denúncia contra Cunha
com acusações consistentes das investigações da Lava Jato.
As seguidas manobras
protelatórias de Eduardo Cunha e seus aliados no Conselho de Ética da Câmara,
que parecem vitórias pontuais, estão começando a se voltar contra o presidente
da Câmara. Ontem, o ministro Luiz Roberto Barroso negou pedido de Cunha para
interromper a análise de um processo no Conselho de Ética.
O processo simplesmente não anda
porque a defesa abusa do recursos. Isso deve reforçar a percepção da maioria
dos ministros do Supremo de que é inviável a permanência de Cunha na
presidência da Câmara. Ou seja, seria tirada a ferramenta que lhe dá tanto
poder. E mantida a prerrogativa que outros deputados e senadores têm de
continuar nos seus mandatos apesar dos inquéritos e denúncias que respondem no
Supremo. A situação de Cunha deverá ser analisada pelo tribunal em março.
A continuidade do peemedebista no
comando da Câmara parece ter os dias contados. Ele jogou tudo ontem para
derrotar o governo na eleição para líder do PMDB na Câmara e perdeu dentro do
próprio partido. Articulou 30 votos contra o governo. Isso tem peso. Mas a
derrota foi enorme para ele.
Cunha vem se enfraquecendo de um
modo geral. Vai ficando cada vez mais claro que o apoio ao presidente da Câmara
está minguando dentro do Congresso e do seu partido. Isso é bom para o governo.
Mas, se Cunha for afastado do comando da Câmara, a presidente Dilma Rousseff
perderá o inimigo ideal para carimbar o impeachment como golpe e retaliação.
Se o governo não emplacar um
aliado como Leonardo Picciani (RJ) na sucessão de Cunha, poderá ter surpresas
negativas no trâmite do pedido de abertura de processo de impeachment.
Fonte: blog do Kennedy
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