Operações de crédito vedadas pela
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), irregularidades orçamentárias no uso do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dentro do Programa Minha Casa,
Minha Vida, atraso no repasse de recursos de royalties, salário educação e
benefícios previdenciários. Estas distorções - as chamadas "pedaladas
fiscais" - integram um rol de problemas identificados em auditoria do
Tribunal de Contas da União (TCU) sobre transferências do governo a
instituições financeiras federais entre os anos de 2013 e 2014. A questão foi
tratada, nesta terça-feira (1), em audiência pública da Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE).
Entre os desvios apontados pelo
secretário de Controle Externo da Fazenda Nacional junto ao TCU, Tiago Alves de
Gouveia Lins Dutra, sobressaiu a identificação de subavaliação da dívida
líquida do setor público em mais de R$ 40 bilhões em 2014. O fato levou a uma
superavaliação do resultado primário das contas públicas superior a R$ 10
bilhões e R$ 7 bilhões, respectivamente, entre 2013 e 2014.
"A decisão do tribunal foi
no sentido de determinar ao Banco Central que registrasse na dívida líquida do
setor público os passivos da União junto a instituições financeiras e ao FGTS e
refizesse o cálculo do resultado primário de 2013 a 2014, além de publicar o
impacto dos adiantamentos concedidos pela Caixa na dívida líquida do setor
público e nos resultados primário e nominal de 2014", revelou Tiago Dutra.
De acordo com o secretário de
controle externo, o relatório do TCU sobre as contas do governo federal foi
concluído no final de 2014. Após rejeitar embargos (contestações) da Advocacia
Geral da União (AGU) e da Procuradoria do Banco Central, o tribunal estaria
debruçado agora sobre mais dois recursos do governo. Caso não haja mudança de
mérito em sua decisão, 17 pessoas ligadas à administração federal deverão ser
chamadas a apresentar sua defesa no caso.
Da Agência Brasil
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