Muitas carreiras
políticas são severamente afetadas, ou mesmo definitivamente comprometidas, por
declarações que os políticos e assessores fazem por sua livre e espontânea
iniciativa, em algumas situações sem ter certeza da situação pela qual está
tecendo o comentário.
São as famosas
“declarações infelizes” que possuem a singular propriedade de “grudar” na
imagem do político, “queimar o filme” , seja nas caminhadas, reuniões com
eleitores, entrevistas, círculo de amigos, comícios ou e principalmente nos
dias atuais na redes sociais.
Nem toda a declaração
inconveniente, ou até mesmo desastrada se constitui numa declaração infeliz
neste sentido. Para ser uma declaração infeliz, com as consequências que
acarreta, ela precisa conter alguns atributos peculiares.
São declarações
infelizes então aquelas que:
• Agridem a algum
segmento do eleitorado;
• Eram absolutamente
desnecessárias;
• São formatadas em
“frases de efeito”;
• Ficam associadas ao
político que a pronunciou;
• Nunca são esquecidas
pelos cidadãos/eleitores;
• Provocam importantes
perdas políticas e eleitorais.
O aspecto mais singular
deste tipo de declaração é o fato de que ela era absoluta e totalmente desnecessária.
Não apenas nada acrescenta ao argumento central como, via de regra, assume a forma
de um gracejo, uma ironia, uma chacota.
Para evitar esse tipo
de situação ao pronunciar uma frase num intuído de resumir uma situação o governante
ou candidato tem uma tripla convicção:
1 - Que ela é
apropriada para resumir sua posição sobre o assunto;
2 - Que ela vai “pegar
bem”, porque é expressa de forma inteligente, e/ou espirituosa, e/ou original;
3 - Que vai levá-lo
para os jornais, para a TV e rádio.
Das três convicções,
apenas a terceira ocorre como previsto. Na verdade a frase não “não pega bem”
(ao contrário, “pega mal”); e, longe de resumir com força e clareza o argumento
que ele defende, será interpretada negativamente, como uma expressão de
preconceito, hostilidade, desprezo etc.
Como se percebe, acaba
sendo uma forma de conseguir um espaço auto-destrutivo na mídia. Se este é o
resultado, então porque os políticos caem nesse erro? Cansaço, oscilações de
humor, vaidade, desejo de aparecer espirituoso e inteligente, são fatores que usualmente
antecedem aquelas declarações.
Veja-se, a título de
exemplo, a conhecida frase de Paulo Maluf sobre o estupro. Ele vem sendo
perseguido a várias eleições pela declaração “estupra, mas não mata” que, como
ele mesmo já explicou, foi feita num
momento em que se encontrava extremamente cansado, e sem a intenção que seus
adversários lhe imputam. Maluf já foi levado a também gastar programas
políticos inteiros, ao lado de sua família, para explicar o que quis dizer, e o
que não quis dizer, quando usou aquela expressão.
O problema está no fato
de que as explicações produzem muito menos impacto do que aquela frase, já
armazenada e fixada na memória do eleitor há vários anos.
Portanto é preciso prudência
na hora de soltar a voz.
Adaptação do texto de Francisco Ferraz
Fonte: www.politicaparapoliticos.com.br
Opinião:
Claro que esse tipo de situação e "constrangimento" não se aplica apenas aos políticos, mas a todos os detentores de cargos que gerenciam setores públicos. Em mutias situações uma frase "mal colocada" ou inoportuna pode causar desgaste e insatisfações meramente desnecessárias e respinga no político que o indicou para o cargo (quando for o caso).
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