O ex-diretor da Petrobras Paulo
Roberto Costa listou a relação de mais de 30 políticos envolvidos com esquema
de corrupção na Petrobras, informou neste sábado (6) a revista
"Veja".
A revelação dos nomes faz parte
de um acordo de delação premiada que Costa fechou no dia 22 de agosto com os
procuradores da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que querem saber como
os contratos da Petrobras eram superfaturados e como o valor a mais retornava
para os políticos. Delação premiada é a figura jurídica na qual um réu conta o
que sabe à Justiça em troca de redução de pena.
Em seu depoimento, Paulo Roberto
Costa cita pelo menos 25 deputados federais, 6 senadores, 3 governadores, um
ministro de Estado e pelo menos três partidos políticos PT, PMDB e PP, que
teriam tirado proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da Petrobras.
Entre os envolvidos estão o
ministro Edison Lobão ( Minas e Energia), o tesoureiro do PT, João Vaccari
Neto, os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá
(PMDB-RR) e os deputados Cândido Vaccarezza (SP), João Pizzolatti (PP-SC) e
Mário Negromonte (PP).
Entre os governadores, o
ex-diretor cita o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), a governadora do
Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos
(PSB), morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP).
A escolha dos contratos
superfaturados e do caminho pelo qual a propina chega aos partidos têm uma
razão prática: são esses pontos sobre os quais os procuradores têm menos provas
para usar nas ações penais. Um exemplo dos indícios de que Costa cuidava da
distribuição de recursos a partidos: a Polícia Federal apreendeu uma caderneta
do ex-diretor da Petrobras com anotações de doação de R$ 28,5 milhões em 2010
para o PP.
Costa dizia na cela em que está
preso na Polícia Federal em Curitiba (PR) que não teria eleições neste ano se
ele revelasse tudo o que sabe. Os políticos receberiam, segundo Costa, 3% do
valor dos contratos da Petrobras na época em que ele era diretor de
distribuição da estatal, entre 2004 e 2012. De acordo com Costa, a distribuição
do dinheiro servia para garantir que os partidos aliados continuassem a apoiar
o Palácio do Planalto no Congresso Nacional.
Costa foi indicado pelo PP para a
diretoria de distribuição da Petrobras em 2004, ficou no cargo até 2012 e
conseguiu apoios no PT e PMDB. Dessa forma, Costa participou dos dois governos
Lula e dos dois primeiros anos do governo Dilma Rousseff.
Fonte: Folha de São Paulo
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