“Há um mês eu dizia: é melhor o presidente Sarney sair antes que ele seja obrigado a sair. Hoje eu repito: é bom que o presidente Sarney largue a presidência do Senado, antes que sua presença fique insustentável. Ele tem que sair”, disse o senador.
Para Simon, se Sarney aceitar a sugestão e deixar a presidência da Casa ele irá benificiar o Senado e poder se defender tranquilamente das denúncias. "Faço um apelo para fazermos um movimento de endeusamento do Sarney, desde que fora da presidência. Se ele renunciar, isto termina hoje. Isso só para se der ao Sarney o direito que ele tem de respirar tranquilo".
“Esta Casa se encontra no ápice de uma crise e o Brasil inteiro olha para esta Casa. E olha de uma maneira como ainda não tinha visto. A classe política é vista de uma maneira muito dura pelo povo. Mas nunca vi um olhar tão magoado, tão machucado, tão triste, quanto o povo brasileiro olha para esta casa”, continuou Simon na tribuna.
Pedro Simon observou que a crise do Senado começou a ser erguida há 15 anos, exatamente quando Sarney foi eleito presidente do Senado pela primeira vez e indicou Agaciel Maia para dirigir a instituição. Agaciel Maia foi mantido no cargo por 14 anos, até ser exonerado, no início deste ano, acusado de esconder da Justiça uma mansão avaliada em R$ 5 milhões.
“Hoje, a pergunta que se faz é: não é importante ter na presidência do Senado uma pessoa que não tenha nada a ver com nada do que aconteceu nos últimos 15 anos aqui no Senado?”, questionou o senador.
O senador gaúcho também ressaltou que os senadores devem ter coragem para investigar uns aos outros, como ocorreu na CPI dos Anões do Orçamento, que, em 1993, descobriu um esquema de propina entre os integrantes da comissão mista de Orçamento.
“Se afaste [senador José Sarney] e nós vamos partir para decidir se vamos ter coragem, como teve na CPI dos Anões do Orçamento. Ali cassamos 14 parlamentares, fizemos uma limpa na comissão e trabalhamos pra valer”, relembrou Simon. "Eu acho que nós vamos ter coragem de fazer isso".
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