Sem ter muito para comemorar, hoje(10), sexta-feira santa, a administração Flávio Azevedo completa a famosa marca dos cem dias de governo. Há tempos, a mídia e os políticos enfatizam essa data como ritual para análise dos governos que se iniciam e por meio de balanços da aceitação popular em relação as medidas iniciais tomadas pelos governantes podemos falar em aprovação ou reprovação.
É obvio que cem dias não são suficientes para implantar o programa de governo de um administrador recém empossado, mas não podemos desconhecer o fato de que o mesmo ganhou as eleições com um plano de governo, teve o tempo de transição para analisar o quadro político-administrativo e as primeiras medidas sinalizam de fato se o governo será um fracasso ou não.
Na verdade, a marca dos 100 dias se baseia na história da França.
Após a fuga da Ilha de Elba, Napoleão retornou à França e promoveu uma insurreição até ser derrotado em Waterloo, numa epopéia que durou 100 dias, que entraram para a História. Em 1814, com o Tratado de Fontainebleau, Napoleão Bonaparte foi afastado da ilha de Elba, de onde fugiu no ano seguinte. Com a queda de Bonaparte, a monarquia foi restaurada e o trono francês foi ocupado por Luís XVIII, irmão de Luís XVI, que fora guilhotinado pela revolução.
Nesse mesmo período, Napoleão desembarcou na França, onde foi recebido como herói. Enquanto avançava em direção a Paris, obteve, inclusive, o apoio das tropas reais que foram enviadas para prendê-lo. Com isso, Luís XVIII abandonou o trono e fugiu do país. Ficou no poder por pouco mais de três meses. Essa fase de governo foi conhecida como o Governo dos Cem Dias.
Mas vamos voltar a nossa realidade:
Quando o governo é de continuísmo, seja pela reeleição ou pela vitória da situação, não há tanta importância a marca dos cem dias. Das novas administrações esperam-se ousadia, mudanças e apresentação à sociedade de um cronograma de realizações baseado no programa de governo para os próximos anos.
Parece absurdo, dentro da marca dos cem dias, em início da administração, um prefeito em vez de adotar medidas cortando o custo da máquina administrativa, elabora propostas para aumentar o seu custeio com criação e nomeações de vários cargos comissionados e contratação de empresas sem licitação, ao custo de milhares de reais mesmo tendo "conhecimento" de todos os problemas que a economia brasileira e mundial esta vivenciando.
É certo que, na maioria das vezes, como vem ocorrendo em Nova Cruz o discurso de situação é que a administração anterior estava inchada, com inadimplências e cheia de funcionários comissionados. Não por em prática, desde o início, as medidas de adequação à receita do município é negar as bandeiras defendidas.
O que se espera é a aplicação integral do plano de governo do eleito, quando este tem um plano.
Assim como Napoleão, muitas vezes o governante pode, nos primeiros cem dias, chegar nos braços do povo, até dos adversários, mas a população tem que atentar para o fato de que muitas vezes os cem dias são decisivos para a manutenção ou a perda das esperanças de mudanças.
Por enquanto pelo que foi "feito" até hoje em Nova Cruz, o título desse texto pode ser aplicado a grande maioria da população - CEM DIAS, SEM NADA.
Parabéns pelo cometário além de retratar tudo que está acontecendo em Nova Cruz trouxe informações sobre a história que eu não sabia, mas realmente o tema foi jóia: cem dias sem nada diz tudo. kkkkkkkkkkkkkk
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